segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Uma carta só de ida

Eu sempre te disse que o faria quando não houvesse amanhã. Já não há, tiraste-mo, acabaste, acabou. Descartaste-me da pior maneira, da maneira mais dolorosa. Eu percebo que não me quisesses magoar, mas essa atitude não foi a melhor, não foi mesmo e acabaste por te tornar numa terrorista, porque para isso, houve pensamentos e planeamentos, mas tens os meus parabéns porque o executaste na perfeição. Aquilo que na tua cabeça ainda era uma fantasia, tornaste-o realidade e destruíste não só um coração mas tudo aquilo e todos os sentimentos que o abraçam, eliminaste tudo o que de bom aqui ainda lutava, por ti e até por mim. E sem ti, como vou lutar por mim?

Todos temos os nossos defeitos, todos temos as nossas zangas, as nossas discórdias e aqueles típicos ciúmes. Temos isso tudo e mais ainda porque amámos. Mas como posso eu dizer que tu me amas? Uma pessoa que ama, não faz isso. Não destrói e sorri, não deixa a outra desamparada e diz que tudo está bem, não passa um mês e diz que já não sente amor, não passa um mês e uma semana e já se encontra com outro. Isso não é amor. Isso era dependência, era necessidade de um porto-seguro, era precisar de um terreno pacífico em tempo de guerra, era algo que eu próprio desconheço porque não consigo compreender que razões existem para uma bomba dessas ser largada desse jeito. Porque quando uma pessoa ama, o amor persiste, luta, vai de cabeça, dá o corpo ás balas.

Porque mesmo sem chão, o amor não caí. 

Não perde guerras nem batalhas, nada mas nada vence o amor. E prova disso, pensava eu sermos nós, dois desajeitados, duas forças opostas da natureza que lutavam desde o primeiro dia contra tudo e todos, contra o próprio universo. Era-mos imparáveis, inseparáveis, mesmo tão diferentes, não deixávamos a toalha cair.

Mas tu desististe.

Deixaste as vozes do universo levar a melhor, fechaste o amor para não ser sentido, deixaste-o apodrecer num canto. Deixaste-o só e continuaste a meu lado como se nada fosse.

Lembro-me das poucas palavras que foram dirigidas a mim, tais como; "Antes de amar alguém, tenho de me amar a mim", e isso é das piores desculpas, das piores mentiras que podes dizer a ti e a mim, porque neste mundo, ninguém se dá ao luxo de decidir quem amar primeiro, e tu, supostamente já me amavas. Lá está, supostamente.

Talvez nas fantasias essas lengas-lengas se apliquem, mas aqui na realidade, é que o amor é o melhor de qualquer mundo e tu deitaste-o fora. Descartaste-o de forma repugnante, afastaste-te pelo silêncio da noite e na manhã seguinte já não era o meu contacto que tu mais respondias.

Pelos vistos, a verdade é que eu realmente era quem amava mais... 

Não te censuro, não te julgo, não te guardo rancor. Mas não te perdoo.  
Não, não te desejo o melhor. Não, não sou o melhor. Simplesmente não és merecedora de tal.

Um beijo enorme. Como sempre e para sempre, Amo-te.

Sem comentários:

Enviar um comentário