quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Amei-te pra caralho



Ainda te recordas de quando terminava-mos as frases um do outro? De quando a distância não se tornava um problema e as horas eram as nossas cúmplices.


Será que ainda te lembras de quando o Sol tinha brilho e a Lua nos servia de ponto de encontro? Continuas a olhar à janela em busca de mim? 


A verdade é que sei que nunca mais vou amar alguém como te amo a ti; A verdade, é que não consigo. Quero mas não me permito. Tenho saudades das saudades que me deixavas por parar de falar por uma hora, das memórias que criamos, das ruas que percorremos, das luzes que pairavam sobre nós enquanto nos cruzávamos. 


Tu fazes falta. Tu tens um lugar só teu. Tens um coração puro a bater por ti, a chorar a tua partida, a suplicar a tua vinda. No fundo, tens um homem a teus pés que calcaria um fogo em chamas para te ter de volta


É nestas noites que me engasgo na minha própria vida, em que a saudade aperta em demasia, em que qualquer música ganha um sentido, em que as perguntas tropeçam umas nas outras e uma avalanche nasce. Nestas noites, o caos é o meu nome do meio.


Noites de memórias, noites em que o café tem o mesmo gosto que há 1 ano atrás, que o cheiro que deixara de haver, voltou. Que os risos dos vizinhos entoam como se da tua voz se trata-se. Em noites destas, minto se disser que já não penso em ti, enganar-me-ia a mim mesmo se o fizesse. Simplesmente o controlo está fora de si, da mesma forma que penso para mim, que não passará destas noites. 


Irei sempre sentir a tua falta e aqui irá permanecer o teu cantinho, sempre e para sempre, de porta aberta.


Eu sei, acabou. Mas outrora falei-te de quando a idade tomasse conta de nós, onde eu gostaria que estivéssemos e esse mesmo futuro, continua aqui. Embora ontem, hoje e amanhã, esteja sozinho, um sentimento destes não tem prazo de validade.


Gostei de ti. Apaixonei-me por ti. Amei-te pra caralho.


E na tua falta, entendi. Demorei… Talvez. Mas nesse teu silêncio a tempo inteiro, vi que ele significava mais que as poucas palavras que me transmitias, mas agora, é tarde e muitas luas já cobriram este nosso céu.


Nesta noite fria de Inverno, escrevo sobre ti, sobre mim e não sobre nós. Não afogo as mágoas, mas é aqui que encontro o mínimo de conforto e de fuga aos choros, aos gritos, aos ecos que dentro de mim habitam. É tentar colocar uma parede entre mim e um amor do mais puro e bruto.


Numa conversa ao espelho, cheguei á conclusão que não sei se vou conseguir amar mais alguém, se vou ser homem o suficiente para superar esta droga em que tu te tornaste.


Isto, vale o que vale, mas num fio de esperança com que tenho tentado fechar esta ferida, ainda reside o sonho de vires cuidar de mim. Por um dia. Por uma semana. Por um mês, Por um ano...


Sei lá, por uma vida inteira.

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