Não foi somente sentir. Foi
reviver, foi viver e ver.
Foi mergulhar no sonho mais
profundo e nadar até às memórias mais cavernosas. Foi sentir a corrente e o
puxar da realidade que não queria atender. Foi afogar e ter consciência da
loucura que estava acontecer. Foi talvez, o momento mais estranho que já vivi
nos meus 20 anos.
Foi voltar atrás no tempo.
Olhar pela porta grande com o
mesmo espírito de diversão sem sequer imaginar o que para lá estaria… Entrando
e começando a ver pessoas, rostos desconhecidos, multidões de estranhos andando
em todos os sentidos. A música alta embatia nas paredes, fumo que se tornava
que nem nevoeiro e luzes esbarravam no meu olhar e assim o desfoque se pareceu
inaugurar.
Foi como se estivesse a reviver o passado,
dançando no meio da multidão no calor da noite, sem preocupações, sem medos,
sem esperanças.
E aí no primeiro choque, veio o
primeiro pedido de desculpas. Naquele riso envergonhado e voz baixinha. Algo me
despertou, um lado adormecido com a inocência de um toque nas costas.
Como se estivesse um fogo ardente
dentro de mim, uma bravura astronómica, como se minha a alma quisesse sair e
voar fora, encontrar-te.
Foi querer-te, desejar-te. Foi ser louco e
saber da loucura. Foi procurar-te sabendo que não estavas lá. Foi ver-te no
meio da confusão, ouvir-te em volta, esperar-te no mesmo local. Foi dar um novo
significado à loucura, foi senti-la de forma pura.
O ar tornou-se pesado, a tristeza
ficou minha sombra e o pesadelo foi real. O sorriso dado para o chão, foi por
ventura o de derrotado, perceber que quem ama demais se acaba sempre se
ferrando.
Entendo então porque por vezes,
quando pessoas sofrem um desgosto não entram em certos locais. As histórias
nunca morrem e os sentimentos, sentem-se à flor da pele.
O momento mais triste da vida, é
quando te deparas com uma memória, uma fotografia, um texto ou uma conversa, da
qual já não fazes mais parte.
“Você não consegue explicar, mas
sente.” – Renato Russo
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